DOMINAR FORMA, TREINAR E LER SÃO CHAVES PARA BOM TEXTO

Na busca por uma vaga no Ensino Superior os estudantes são submetidos a vários processos seletivos com diferentes formatos e conteúdos programáticos. Entretanto, o que é comum a todos os vestibulares, inclusive por determinação da própria legislação brasileira, é a redação. É exatamente neste momento em que conhecimentos gerais e linguísticos são testados a partir da elaboração de um bom texto. E qualquer deslize nessa etapa pode ser fatal para a reprovação.
Como cada instituição adota um diferente gênero textual em seu processo de seleção, cabe aos estudantes identificarem os possíveis formatos que serão cobrados nas provas. É o que afirma Lícia Maia, presidente da Comissão de Vestibular da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). "No manual do candidato há indicações em relação ao formato de texto exigido na redação", diz ela. Maria José Soltran, professora de Letras da UFPR (Universidade Federal do Paraná), completa: "A leitura de provas anteriores também ajuda nesse processo. Além de conhecer o grau das exigências, será possível se preparar mais e de maneira mais personalizada", acrescenta ela.
Ainda que os textos mais cobrados sejam de natureza argumentativa, Sérgio de Freitas Oliveira, professor do curso de Pedagogia da PUC Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), enfatiza a necessidade dos candidatos conhecerem as características de todos os gêneros textuais, desde os narrativos até os descritivos e discursivos. "As dissertações, os artigos e as cartas são os mais comuns nos vestibulares, até porque são os mais usuais na academia. Narrações e descrições são mais específicas a determinada áreas, tais como Letras", explica ele, que não descarta a necessidade dos candidatos dominarem as mais variadas formas da comunicação escrita.
No processo de aprendizado é preciso, no entanto, fugir das fórmulas que racionalizam os diferentes formatos. "Determinar cinco linhas para introdução, outras duas de tese, além de outras regras, é um deserviço para a formação dos alunos. No caso das dissertações, por exemplo, é muito mais produtivo estimular a criatividade e desenvolver a capacidade de argumentação e consistência", enfatiza Marisa Magnus Smith, coordenadora de ingresso da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). Ela relaciona a prática como melhor método de estudo.
A leitura também é apontada como um dos principais caminhos em direção a construção de bons textos. "Ser um bom leitor é um passo para escrever bem, claro que não é decisivo, mas ajuda. Isso porque o aluno estará interado não só das notícias e dos acontecimentos no mundo, mas também de clássicos da literatura e poemas importantes para o desenvolvimento de uma bagagem cultural", afirma Maria José. É essa mesma bagagem que, segundo Oliveira, ajudará os candidatos a pensar, articular ideias e desenvolver capacidades argumentativas e coerentes sobre os mais variados assuntos.


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