POLÍCIA INVESTIGA CASOS ENVOLVENDO “JOGO DA BALEIA AZUL”


O polêmico 'Jogo da Baleia Azul', que tenta induzir virtualmente seus participantes ao suicídio através de 50 desafios, já tem pelo menos dois casos no Rio investigados pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Internet (DRCI).
A delegada responsável, Fernanda Fernandes, explicou que o maior objetivo no momento é evitar mortes e identificar a autoria dos crimes. Em outros estados do Brasil, como Minas Gerais e Paraíba, já há casos confirmados e em investigação.
"Em outros estados, eles estão investigando como induzimento ao suicídio. Aqui, pretendemos, assim que identificá-los, indiciar por associação criminosa é por todos os crimes cometidos durante a participação no jogo", explicou.
Segundo Fernanda, em um dos desafios propostos, os participantes, muitos entre 12 e 14 anos de idade, precisam marcar uma baleia azul na pele com uma faca. "Se isso for apurado, já entra o crime de lesão corporal para ser investigado", explicou.
A delegada também explicou que participantes, ao tentarem sair do jogo, são ameaçados virtualmente, inclusive com as famílias envolvidas.
"As vítimas tentam sair e não conseguem. As crianças recebem algumas ameaças de morte ou até um tipo de pressão psicológica mesmo, e acabam cedendo (...) Alguém fala: 'se você não se matar, a gente tem seus dados e vamos atras de você e da sua família'", relatou.
Investigadores acreditam que o perfil dos administradores do jogo seja de maiores de idade, para conseguir coagir crianças e adolescentes a participarem.
O jogo ganhou visibilidade e vem se alastrando pelo mundo. Em alguns países, como Inglaterra, França e Romênia, as escolas têm feito alertas às famílias, depois que adolescentes apareceram com cortes nos braços, queimaduras e outros sinais de mutilação. As informações são do blog de Andrea Ramal.
O fenômeno começou na Rússia, mas está se espalhando – inclusive no Brasil, como sugerem o caso da jovem de 16 anos morta no Mato Grosso e uma investigação policial em andamento na Paraíba.
Na Rússia, em 2015, uma jovem de 15 anos se jogou do alto de um edifício; dias depois, uma adolescente de 14 anos se atirou na frente de um trem.
Depois de investigar a causa destes e outros suicídios cometidos por jovens, a polícia ligou os fatos a um grupo que participava de um desafio com 50 missões, sendo a última delas acabar com a própria vida.
A preocupação aumentou ano passado, quando fontes diversas chegaram a divulgar, sem confirmação, 130 suicídios supostamente vinculados a comunidades online identificadas como “grupos da morte”.
Jogos com apelos de riscos letais têm virado moda entre os adolescentes. Um exemplo é o jogo da asfixia, que gerou vítimas no Brasil. Outro é o “desafio do sal e gelo”, no qual, para serem aceitos no grupo, os adolescentes devem queimar a pele e compartilhar as imagens nas redes sociais.
Embora exista há anos, o desafio voltou com força recentemente. Sem falar no “Jogo da Fada”, que incita crianças o gás do fogão de madrugada, enquanto os pais dormem.
As recomendações para as famílias são: monitorar o uso da internet, frequentar as redes sociais dos filhos, observar comportamentos estranhos e, sobretudo, conversar e conscientizar os adolescentes a respeito das consequências de práticas que nada têm de brincadeira. Atenção redobrada com os jovens que apresentem tendência a depressão, pois eles costumam ser especialmente atraídos por jogos como o da Baleia Azul.
Também as escolas devem colocar o assunto em pauta e incorporar no currículo, cada vez mais, a educação para a valorização da vida, o respeito pela vida dos outros e o uso consciente das mídias e tecnologias.



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