ESPECIALISTA APONTA RISCO PARA EDUCAÇÃO EM NOVA PROPOSTA DO GOVERNO


O plano social do PMDB, que deve orientar as políticas do novo governo Michel Temer, traz avanços na educação, mas a proposta do partido de acabar com a vinculação de receitas - ou seja, a obrigatoriedade de governantes gastarem um determinado percentual do valor arrecadado em saúde e educação - pode fazer com que conquistas sociais sejam perdidas.
A opinião é do especialista Mozart Neves Ramos, diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna e que chegou a ser cotado para a equipe de Michel Temer - o Ministério da Educação, unido ao de Cultura, acabou sendo entregue ao então deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE).
Ramos acha também que a junção das pastas pode fazer a cultura acabar "engolida" pelos enormes desafios prioritários do setor educacional.
Em entrevista à BBC Brasil, o especialista comenta a frustração do setor com os resultados apresentados por um país cujo lema era "Pátria Educadora" desde o início do segundo mandato de Dilma Rousseff. Para ele, o que há para comemorar é o avanço da Base Nacional Curricular, esqueleto que orientará currículo escolar do país. “Não podemos negar os avanços no financiamento da educação - o gasto per capita por aluno cresceu de R$ 2,5 mil por aluno/ano para R$ 5,5 mil nos últimos 15 anos. (Mas) agora a gente vai passar por um retrocesso”, diz Mozart. “Ao expandir alguns programas, que são importantes, talvez a gente não tenha medido o quanto conseguiria mantê-los e fazê-los crescer - seja Fies, Pronatec, Prouni”, acrescenta.
Para o especialista, a universidade pública também estava na expectativa de crescer. “Mas agora a gente mal está conseguindo concluir os campi e universidades (em construção) porque tivemos de fechar o cofre”, ressalta.



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