ESPECIALISTAS ACREDITAM EM AUMENTO DAS DESIGUALDADES COM NOVA BNCC


Especialistas ouvidos pelo portal de notícias G1afirmam que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino médio elaborada pelo governo federal pode ampliar a desigualdade nos estados. Para o Ministério da Educação (MEC), a proposta aumenta a possibilidade de escolhas dos alunos e dá um padrão nacional aos currículos.
De acordo com os especialistas, a principal questão é que, ao contrário da BNCC para o ensino fundamental, o texto final com as diretrizes para o ensino médio não apresenta em detalhes as habilidades que devem ser ensinadas nos itinerários formativos propostos. Na avaliação deles, a ausência de dados específicos pode fazer que estados acabem adotando caminhos diferentes nos currículos, o que pode aumentar a diferença entre as escolas pelo país.
A última versão da base foi entregue pelo Ministério da Educação (MEC) ao Conselho Nacional de Educação (CNE) no início de abril. Agora, o documento vai passar por audiências e debates antes de ser finalizado. Depois disso, ele será votado no conselho e homologado pelo ministério. “Com a entrega da BNCC do ensino médio o MEC confirma sua visão reducionista dos direitos de aprendizagem dos jovens brasileiros. Escolas farão o possível, nem sempre o necessário. Tendem a realizar o que couber em apenas 1800 horas", diz Cesar Gallegari, conselheiro do CNE.
Para Gabriel Corrêa, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, a Base do Ensino Médio entregue ao Conselho Nacional de Educação está estruturada de forma a estimular que as competências e as habilidades sejam trabalhadas nas escolas de forma interdisciplinar, o que é bastante positivo e alinhado aos desafios contemporâneos. No entanto, diz ele, por ser mais genérico, o documento amplia os desafios de implementação. E esse é um ponto de muita atenção, pois é na implementação que a política dá certo ou não. "A Base do Ensino Médio lista competências específicas das áreas de conhecimento, que também devem nortear para os itinerários. No entanto, como essas competências são amplas e genéricas e há o risco de que a implementação seja desigual entre os Estados, ampliando as desigualdades que já existem no Ensino Médio. Para evitar que isso ocorra, o Ministério da Educação (MEC), em parceria com o CNE e o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), tem de construir políticas de implementação que apoiem a elaboração desses currículos”, acrescenta Gabriel.



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