OCDE DIZ QUE INVESTIMENTO POR ALUNO ESTÁ ABAIXO DA MÉDIA NO BRASIL


O Brasil investe mais em educação e menos por aluno do que a média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de acordo com o estudo Education at a Glance ("Educação em revista", na tradução livre do inglês).
O documento de 2019 analisa os sistemas de educação de 36 países membros da organização, além de dez outros parceiros, como o Brasil, a Argentina, a China, a Rússia e a África do Sul, entre outros.
Os dados mostram que, em 2016, o Brasil investiu 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB) na área de educação, do ensino fundamental ao médio e técnico.
O percentual está acima da média dos países da OCDE (3,2%) para o mesmo ano, mas o investimento proporcional por aluno é inferior à média dos países desenvolvidos.
De acordo com Camila de Moraes, analista de educação da OCDE, o baixo custo por aluno no Brasil está relacionado aos baixos salários pagos a estes profissionais no país.
O estudo aponta que o salário médio dos professores no Brasil é menor do que na maioria dos países da OCDE, e que também é ao menos 13% menor do que o salário médio dos trabalhadores brasileiros com ensino superior.
Apenas 18% dos adultos no Brasil (entre 25 e 64 anos) têm ensino superior completo, menos da metade da média da OCDE (39%). Segundo este relatório, o país está próximo ao perfil mexicano, mas muito abaixo de outros países da América Latina. A taxa de adultos com ensino superior na Argentina é de 36%, no Chile é de 25%, e na Colômbia é de 23%.
A OCDE ressalta, entretanto, que durante a última década houve um aumento no acesso ao ensino superior para as gerações mais jovens (25 a 34 anos) que saltou de 11% em 2008 para 21% em 2018. Mas ainda segue muito abaixo da média dos países da OCDE, que é de 44%.
Apenas um terço (33%) dos estudantes de ensino superior concluem a graduação no tempo ideal. A média da OCDE é 39%. O estudo diz que 50% dos estudantes tendem a concluir a graduação após três anos do período ideal. Abaixo da média da OCDE, de 67%.
Quase 3/4 dos estudantes de ensino superior brasileiro estão matriculados em entidades privadas, um contraste com outros níveis de ensino.
Gastos públicos com ensino superior aumentaram 19% entre 2010 e 2016. Entretanto, gastos por estudantes de instituições públicas esteve abaixo da média em 2016, com US$ 14.200,10 em comparação com a média da OCDE de US$ 16.100.
O ensino superior brasileiro é um dos menos internacionalizados dos países da OCDE e parceiros. Apenas 0,2% dos estudantes brasileiros são intercambistas. A média lá fora é de 6% dos estudantes em mobilidade. 0,6% dos estudantes brasileiros estão matriculados no exterior, menos da metade da OCDE (1,6%).
Entre os jovens (25 a 34 anos) que concluíram o ensino superior, a maioria tem apenas o bacharelado. Apenas 0,84% desta população tem mestrado, contra 14,33% da OCDE e para o nível de doutorado, 0,11% dos jovens entre 25 e 34 anos, contra 0,84% da OCDE.
Apenas 0,8% dos adultos entre 25 e 64 no Brasil têm um título de pós-graduação do tipo mestrado. A média da OCDE é de 13%. Já no nível de doutorado, apenas 0,2% dos adultos concluíram esta formação, enquanto a média entre os países ricos é de 1,1%.
A analista de educação da OCDE no Brasil, Camila de Moraes, afirmou que não são consideradas hipóteses neste relatório e que as explicações para as variações nas taxas dependem do contexto do país.
O estudo ainda mostra que as mulheres brasileiras entre 25 e 64 têm maior probabilidade (34%) de se matricular em um curso superior do que os homens, uma das diferenças entre gêneros mais destacadas entre os países membros da OCDE e parceiros.
Essa separação aumenta ainda mais em gerações mais novas, entre 25 e 34 anos, a probabilidade de uma mulher cursar o ensino superior chega a 42%.
As mulheres também são maioria em doutorados. No Brasil, 54% das formadas são doutoras, a média da OCDE é 47%.
A OCDE aponta, entretanto, que mulheres têm menos chance de ser empregadas do que os homens em qualquer nível de escolaridade, mas ressalta que a diferença se amplifica em níveis mais baixos de educação.
Fonte: portal de notícias G1



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