1 EM CADA 10 ALUNOS DE MEDICINA É COTISTA, DIZ ESTUDO

O Brasil nunca teve tantos estudantes de Medicina que participam de programas de reserva de vagas e cotas. Em 2023, mais de 24 mil médicos em formação utilizavam algum programa de ação afirmativa. É quase como se 1 a cada 10 estudantes de Medicina fosse cotista (0,9 a cada 10).
O dado é do o estudo Demografia Médica no Brasil 2025, divulgado nos últimos dias. O documento é uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e a Associação Médica Brasileira (AMB).
O Ministério da Educação (MEC) considera como programa de reserva de vagas aquelas iniciativas de ação afirmativa com foco em permitir que determinado público acesse o ensino superior. Por exemplo: reserva de vagas étnicos, para autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (PPI); reserva para alunos procedentes de ensino médio público, por critério social ou renda familiar; reserva para pessoas com deficiência; entre outros.
Programas como estes impactaram significativamente o perfil social e econômico dos alunos de Medicina, promovendo maior diversidade.
No entanto, há uma disparidade na adoção de ações afirmativas em cursos de Medicina da rede privada de ensino superior, se comparado com os cursos de instituições públicas. Isso contribui para a manutenção da disparidade entre os estudantes das diferentes redes. (Veja mais abaixo.) Desde 2010 a 2018, a proporção de estudantes de Medicina em programas de reserva de vagas quase quadruplicou, passando de 2,6% para 9,9%.
Já a participação absoluta tem tido aumentos constantes, chegando a 24.041 em 2023. O número representa 9% do total de estudantes de Medicina no país naquele ano, quando eram 266.507, um aumento de 778,6% desde os 2.736 de 2010.
Dos estudantes beneficiados por algum programa de reserva de vagas em 2023, apenas 731 estudavam em instituições privadas. Os demais 23.310, que representam 96,9%, estudava em instituições públicas.
Os programas de reserva de vagas são variados e incluem diferentes critérios de inclusão e público-alvo.
A inclusão social nos cursos públicos de Medicina é significativamente maior do que nos privados: 39,3% dos alunos das escolas públicas estavam incluídos em programas de reserva de vagas, destaque para reservas destinadas a egressos de escolas públicas (19.779), cunho étnico (12.857) e social (9.567).
Cursos privados em 2023: inclusão é mínima, com apenas 0,4% dos alunos beneficiados por programas de reserva de vagas; 215 vagas reservadas para estudantes autodeclarados pretos, pardos ou indígenas, e incluíam apenas 15 pessoas com deficiência.
Fonte: portal de notícias G1



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