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Prêmio Jovem Cientista abre as portas para carreiras promissoras
Programas de bolsas e prêmios de fomento têm se mostrado decisivos para a formação de novos cientistas no país. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) observa que muitos vencedores do Prêmio Jovem Cientista também são ou foram bolsistas de iniciação científica ou produtividade, um cruzamento que revela como diferentes mecanismos de incentivo se complementam na qualificação da ciência brasileira. Uma pesquisa do Instituto Data Popular com ganhadores do prêmio entre 1982 e 2015 traçou um panorama do impacto dessas iniciativas. O levantamento mostra que oito em cada dez premiados seguiram carreira científica e metade concluiu o doutorado. Além disso, 70% deram continuidade ao projeto vencedor, e 88% afirmam que o reconhecimento mudou suas vidas. A maioria atua hoje como pesquisadores em universidades, fundações ou institutos de pesquisa, e boa parte como servidores públicos ou bolsistas de agências de fomento.
Os dados também revelam que a trajetória dos premiados costuma vir acompanhada de estabilidade profissional: a maioria tem renda mensal acima de dez salários mínimos, e oito em cada dez que continuam na pesquisa estão vinculados a instituições acadêmicas ou centros de investigação. “O Brasil é um país muito desigual, em que boa parte da população não tem acesso à educação superior, e há um grande desconhecimento das condições em que a ciência é desenvolvida. Os prêmios e outros incentivos são muito importantes para atrair a juventude”, defende Dalila Andrade Oliveira, diretora de Cooperação Institucional, Internacional e Inovação do CNPq. Casos como o da gaúcha Juliana Davoglio Estradioto, que desenvolveu um plástico biodegradável de cascas de maracujá e ganhou o prêmio em 2018, ilustram como a combinação entre prêmios e bolsas impulsiona carreiras. O projeto foi depois apresentado no Mostratec, maior feira de ciências de escolas da América Latina. De lá, Juliana foi selecionada para representar o país no Seminário Internacional de Jovens Cientistas de Estocolmo, na Suécia, em 2019, onde acompanhou a cerimônia de entrega dos prêmios Nobel daquele ano.
O CNPq mantém programas de iniciação científica em cerca de 400 instituições. Pesquisadores apontam que, mesmo sem resolver todos os problemas, as bolsas são essenciais para a permanência dos estudantes na ciência, especialmente jovens de baixa renda ou de regiões fora dos grandes centros. Criado em 1981, o Prêmio Jovem Cientista é uma das principais iniciativas de reconhecimento à pesquisa no país. A cada edição, o prêmio propõe um tema de relevância nacional, e este ano o foco foi apresentar projetos de combate à crise climática. Os vencedores serão anunciados em novembro. Iniciativa do CNPq em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o prêmio tem patrocínio da Shell, apoio de mídia da Editora Globo e do Canal Futura, e prevê laptops, bolsas do CNPq e valores entre R$ 12 mil e R$ 40 mil para cinco categorias, de estudantes do ensino médio a pesquisadores doutores.
(Fonte: O Globo)
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