BAHIA DISCUTE CAMINHOS PARA ENFRENTAR VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS Como lidar com o crescimento da violência no ambiente das escolas? Quais são os caminhos para o enfrentamento desta realidade? O que já vem sendo feito? Perguntas como essas marcaram a roda de conversa “Caminhos para promoção da convivência e enfrentamento das violências nas escolas”, que reuniu, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), três especialistas no tema para uma conversa com educadores, gestores escolares, pais e estudantes. A iniciativa mobilizou instituições escolares com o apoio do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe-BA). Pesquisadora da área de Psicologia Moral e integrante do Grupo de Estudos sobre Educação Moral (Gepem), vinculado à Unesp/Unifesp/Unicamp que há mais de 20 anos, Danila di Pietro se debruça sobre este tema e destacou que, nos dois últimos anos, houve um aumento da incidência da violência nas escolas no Brasil. Segundo ela, a questão da violência na escola é um problema complexo e multifatorial, que envolve vários setores da sociedade civil, da rede de proteção e a escola. “Quando a gente pensa o que a escola pode fazer, ela pode se tornar ambiente humanizado. Ela pode e deve encampar a ideia da educação integral, considerando que o papel dela não é só ensinar português ou matemática, mas ajudar na formação de caráter também”. César Amaral Nunes, também integrante do Gepem e pesquisador na Unicamp, diz que a solução passa por ações coletivas. Ele destacou a importância de eventos como a roda de conversa no sentido de criar condições e uma rede de apoio, colaboração, aprendizagem e transformação. “Quando você junta um coletivo, você pode resgatar essa ideia de que nós podemos nos empoderarmos para lidar com tudo isso”, destaca. Em abril deste ano, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe-BA) emitiu um comunicado com orientações de ações a serem tomadas em eventuais ataques nos espaços escolares. A entidade também fez alerta sobre o debate em torno da saúde mental dos alunos nas escolas e pregou que o assunto seja discutido no interior das instituições. “Nesta sociedade, na qual a competitividade, a performance e o espetáculo são crescentemente valorizados, muitos indivíduos com fatores ambientais e predisposição genética, entram em surto psicótico. Como escola, precisamos ficar mais atentos a humores atípicos de pessoas da comunidade escolar. Precisamos falar sobre saúde mental no interior das escolas e ficar mais atentos a coisas estranhas”, disse o Sinepe em carta assinada pelo presidente da instituição, Jorge Tadeu Pinheiro Coelho.
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