CNE COMEÇA A DISCUTIR MUDANÇAS NAS FACULDADES DE DIREITO

Os principais gargalos dos cursos jurídicos no país e algumas inciativas para melhorar a qualidade do ensino na área foram debatidos em reunião, na Universidade de São Paulo, com o presidente do Conselho Nacional de Educação, Luiz Roberto Curi. A iniciativa teve como foco principal o debate para as novas diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Direito.
O presidente do CNE se reuniu com professores representantes de faculdades e da Ordem dos Advogados de São Paulo. O diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Campilongo, demostrou a preocupação com a qualidade de ensino nos mais de 1.800 cursos de Direito aptos a funcionar no Brasil, de acordo com os dados do Ministério da Educação. Por isso, de acordo com ele, a importância de fazer uma ampla pesquisa nessas escolas para poder elaborar diretrizes mais eficazes e funcionais. “É importante fazer essa grande pesquisa nacional para saber a situação do ensino jurídico, envolvendo desde a OAB as faculdades e o Judiciário”, ponderou.
De acordo com ele, nem todos os dados são cruzados para tentar realizar um panorama inédito do ensino jurídico, diante, inclusive das novas tecnologias.
Curi acrescentou o significado do debate para identificar um pouco a percepção dos professores acerca do curso, bem como dos alunos. “A percepção dos professores que vão provocar transformações nos alunos é superimportante”, disse, ao lembrar de outros cursos que também foram reformulados.
Para o presidente do CNE, é relevante imaginar que uma diretriz não tem tempo de validade, mas depende da visão e do momento que o país esteja passando e do campo do trabalho. “Muitos estudantes, hoje, entram em sala de aula, até chegar ao diploma, e não há consciência de que vão interferir na sociedade”, assinala. “É preciso que a gente supere o empenho e atinja os compromissos, lembrando que os desafios são diversos entre academias particulares e públicas”, acrescenta. “Mexer em currículo é mexer na vida dos outros. Se a gente não conseguir chegar a esses desafios, nada acontecerá. É importante termos compromissos com a educação, com a participação socioeducativa”.
Curi também demonstrou preocupação com o alto índice de evasão em todos os cursos, principalmente nas faculdades particulares, e pelo fato de muitos estudantes que não exercem a profissão depois de formados. “Muitas vezes, a culpa é do currículo. Esses formando não são aceitos pelo mercado de trabalho”, disse, observando que há uma grande quantidade que não consegue passar no exame da OAB.


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